COBRANÇA EM DISCIPLINA CURRICULAR PODE LEVAR À TECNOFOBIA
O curso de Licenciatura em Música pela UAB-UnB tem como disciplina curricular do segundo semestre uma matéria que pode levar o aluno a sofrer de tecnofobia.
O objetivo da disciplina curricular Tecnologias Contemporâneas na Educação é demonstrar aos acadêmicos as benfeitorias do uso da tecnologia na educação.
Vivenciamos uma parte de “obrigatoriedade” de aprender a lidar com a tecnologia em dois meses. Alguns acadêmicos que têm dificuldades de enviar um e-mail passaram a ficar com medo da exclusão devido sua dificuldade tecnológica. Vamos verificar passo a passo o motivo dessa utopia tecnológica.
· Unidade 1 – Cibercultura e os novos paradigmas sociais: esta unidade tem como objetivo embasar teoricamente sobre as novas redes sociais configuradas pelas atuais tecnologias de comunicação computacional, entendendo seus impactos na sociedade e as mudanças na forma de ler, pensar e socializar. Nessa unidade, além dos alunos precisarem de ler diversos textos, foi obrigatório a criação de um blog, que assustou muitos alunos que não possuem conhecimentos informatizados suficientes para tal. O prazo das atividades foi de 2 semanas.
· Unidade 2 – Informática na arte-educação: o objetivo desta unidade é estudar como as tecnologias computacionais contemporâneas estão mudando os paradigmas da educação, bem como pensar e planejar propostas didáticas de seu uso para potencializar o ensino das artes. Essa unidade foi mais fácil que a primeira, visto que teve apenas que comentar os textos lidos e fazer um plano de aula baseando-se na utilização de um site.
· Unidade 3 – Experimentação artística computacional: o propósito desta unidade é investigar o uso das tecnologias contemporâneas como forma de expressão artística no século 20 e 21, e, através da livre experimentação, aprender a utilizar algumas ferramentas computacionais para produção artística. Essa unidade foi mal interpretada em dois momentos: primeiramente a “livre experimentação” se tornou obrigatória em programa escolhido pela disciplina, sendo que softwares indicados pelos próprios alunos não foram explorados; o ato de aprender a utilizar algumas ferramentas, também foi interpretado como “faça uma mixagem com o Audacity”, sem cursos específicos, sem vídeo-aulas e confiando no que foi ensinado por FC-MUS, que ninguém aprendeu. Diversos colegas não conseguiram fazer as atividades visto que o prazo era de apenas duas semanas.
· Unidade 4 – Produção e difusão de informação artística na Internet: nesta unidade iremos estudar a importância e técnicas para difundir informação na Internet. O objetivo é a produção de uma galeria virtual para expor os trabalhos desenvolvidos na unidade três. Essa unidade foi unicamente a pior de todas. O software entregue para fazer a galeria é um “Criador de WebSites”. O que tem a ver o curso de música com códigos html? Qual necessidade de um músico ou professor de música saber criar um site? Quanto tempo gasta para criar uma página de internet (duas semanas?)? Seriam muitos questionamentos, vendo que estamos finalizando esse módulo disciplinar e não foi ensinado nenhum programa de edição de partituras ou fabricação de MIDIs.
O ato de estudar tecnologias em âmbito geral em uma disciplina específica como música deve ser estudada cautelosamente pelos autores das disciplinas. A maioria dos músicos sabe “apenas tocar” e não tem um contato constante com a informática, visto que o tempo vago é para execução do instrumento.
O ato de “obrigar” a pessoa a utilizar algo que ela não está acostumada, pode criar uma aversão ao que está sendo estudado, no caso da tecnologia, está sendo plantada uma utopia tecnológica àqueles que não estão familiarizados com essa evolução. A tecnofobia estará presente na vida desses professores que sem nenhum preparo anterior foram obrigados a lidar com tecnologias tão altas. Um programador estuda quatro semestres na faculdade para começar a aprender como criar uma página da internet, enquanto nesse curso foi obrigado a criar uma página com arquivos de áudio e/ou vídeos em apenas DUAS semanas, sem preparação anterior nenhuma.
BIBLIOGRAFIA
Ementa do Curso Tecnologias Contemporâneas da Educação 1. 2 Semestre 2009. UAB-UnB
O objetivo da disciplina curricular Tecnologias Contemporâneas na Educação é demonstrar aos acadêmicos as benfeitorias do uso da tecnologia na educação.
Vivenciamos uma parte de “obrigatoriedade” de aprender a lidar com a tecnologia em dois meses. Alguns acadêmicos que têm dificuldades de enviar um e-mail passaram a ficar com medo da exclusão devido sua dificuldade tecnológica. Vamos verificar passo a passo o motivo dessa utopia tecnológica.
· Unidade 1 – Cibercultura e os novos paradigmas sociais: esta unidade tem como objetivo embasar teoricamente sobre as novas redes sociais configuradas pelas atuais tecnologias de comunicação computacional, entendendo seus impactos na sociedade e as mudanças na forma de ler, pensar e socializar. Nessa unidade, além dos alunos precisarem de ler diversos textos, foi obrigatório a criação de um blog, que assustou muitos alunos que não possuem conhecimentos informatizados suficientes para tal. O prazo das atividades foi de 2 semanas.
· Unidade 2 – Informática na arte-educação: o objetivo desta unidade é estudar como as tecnologias computacionais contemporâneas estão mudando os paradigmas da educação, bem como pensar e planejar propostas didáticas de seu uso para potencializar o ensino das artes. Essa unidade foi mais fácil que a primeira, visto que teve apenas que comentar os textos lidos e fazer um plano de aula baseando-se na utilização de um site.
· Unidade 3 – Experimentação artística computacional: o propósito desta unidade é investigar o uso das tecnologias contemporâneas como forma de expressão artística no século 20 e 21, e, através da livre experimentação, aprender a utilizar algumas ferramentas computacionais para produção artística. Essa unidade foi mal interpretada em dois momentos: primeiramente a “livre experimentação” se tornou obrigatória em programa escolhido pela disciplina, sendo que softwares indicados pelos próprios alunos não foram explorados; o ato de aprender a utilizar algumas ferramentas, também foi interpretado como “faça uma mixagem com o Audacity”, sem cursos específicos, sem vídeo-aulas e confiando no que foi ensinado por FC-MUS, que ninguém aprendeu. Diversos colegas não conseguiram fazer as atividades visto que o prazo era de apenas duas semanas.
· Unidade 4 – Produção e difusão de informação artística na Internet: nesta unidade iremos estudar a importância e técnicas para difundir informação na Internet. O objetivo é a produção de uma galeria virtual para expor os trabalhos desenvolvidos na unidade três. Essa unidade foi unicamente a pior de todas. O software entregue para fazer a galeria é um “Criador de WebSites”. O que tem a ver o curso de música com códigos html? Qual necessidade de um músico ou professor de música saber criar um site? Quanto tempo gasta para criar uma página de internet (duas semanas?)? Seriam muitos questionamentos, vendo que estamos finalizando esse módulo disciplinar e não foi ensinado nenhum programa de edição de partituras ou fabricação de MIDIs.
O ato de estudar tecnologias em âmbito geral em uma disciplina específica como música deve ser estudada cautelosamente pelos autores das disciplinas. A maioria dos músicos sabe “apenas tocar” e não tem um contato constante com a informática, visto que o tempo vago é para execução do instrumento.
O ato de “obrigar” a pessoa a utilizar algo que ela não está acostumada, pode criar uma aversão ao que está sendo estudado, no caso da tecnologia, está sendo plantada uma utopia tecnológica àqueles que não estão familiarizados com essa evolução. A tecnofobia estará presente na vida desses professores que sem nenhum preparo anterior foram obrigados a lidar com tecnologias tão altas. Um programador estuda quatro semestres na faculdade para começar a aprender como criar uma página da internet, enquanto nesse curso foi obrigado a criar uma página com arquivos de áudio e/ou vídeos em apenas DUAS semanas, sem preparação anterior nenhuma.
BIBLIOGRAFIA
Ementa do Curso Tecnologias Contemporâneas da Educação 1. 2 Semestre 2009. UAB-UnB
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