TECNOLOGIA OU CAPACITAÇÃO?

Analisando o texto Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica de Marcos Tarcísio Masetto, Marilda Behrens e José Manuel Moran, comecei a questionar: na escola está precisando de tecnologia ou de capacitação?

Professores acostumados com o ensino tradicional, não querem se adaptar às novas formas de comunicação que estão invadindo o mundo, nem tampouco adequar-se às consequências que a comunicação traz para nós.

No mundo da informação digital, o aprendizado passa a ter formas interligadas, deixando o antigo sistema de conhecimento sequencial para sistemas hipertextuais ou multimídico, ou seja, as informações passam a ser um excessivo número de micro-informações diversificadas interligadas entre si. A televisão, a internet e outros meios de comunicações em massa nos transmitem conhecimentos sucintos e mistos, de maneira que nossa maneira de pensar e aprender passam a ser estimulada por esses meios.

A escola não pode continuar sendo uma unidade de ensino, tem que se transformar em uma unidade de mediação de conhecimentos, sendo que o professor passa a ser um mediador entre o sistema de informações, as exigências do mercado de trabalho e seus alunos. Mediar conhecimentos é aceitar que não precisa de pré requisitos para o aprendizado de qualquer matéria, salientando que para aprender é preciso principalmente o interesse do aluno.

No texto analisado, lemos que uma unidade de ensino deve ser uma organização que congregue docentes bem preparados intelectual, emocional, comunicacional e eticamente; bem remunerados, motivados e com boas condições profissionais, e onde haja circunstâncias favoráveis a uma relação efetiva com os alunos que facilite conhecê-los, acompanhá-los, orientá-los (p02). No Brasil enfrentamos uma grande crise de professores que estejam preparados intelectual, emocional, comunicacional e eticamente. Os cursos que preparam os professores não os preparam nesses parâmetros, mas preparam para que sejam seqüenciadores de conteúdos, tanto que existem exigências dentro dos PCNs para que o conteúdo seja seguido o que foi proposto. Sobre a questão da remuneração dos professores brasileiros, não precisa que eu fale algo que a mídia sempre está comentando, sendo que essa má remuneração traz consequências de falta de motivação para ministrar a aula ou mesmo atualizar seus conhecimentos. Pouquíssimos professores procuram conhecer a realidade de seus alunos, ficando retido entre as quatro paredes da sala de aula, avaliando-os de acordo esse conhecimento.

Partindo para o conhecimento científico ou mesmo os cursos superiores, as Universidades formam seus acadêmicos a embasarem seus comentários de acordo com estudos feitos anteriormente, sendo que a tecnologia atual, dispondo de blogs e wikis na internet, deixam as pessoas falarem seus próprios pensamentos, sem ser preciso embasar em outros textos. A classe atual de jovens forma críticas contínuas ao sistema atual, enquanto os professores são formados em cursos de licenciaturas que lhes obrigam a pensar da maneira que outro já pensou, a fazer o que outras pessoas já fizeram, a aceitar o que foi sem fazer transformação. No que o professor chega na sala de aula, os alunos são de pensamentos multimídicos e os professores de pensamentos sequenciais.

A reformulação não deverá começar pela colocação das tecnologias na educação, e sim pela capacitação dos professores e do sistema educacional atual para aceitar nossa atualidade.

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